Há cinco anos, plantei no barranco dos fundos de minha casa algumas mudas de "Era", uma espécie de vegetação que cobre e protege muros e barrancos. Na oportunidade que plantei, simultaneamente escrevia no antigo Ibirinha, quando ainda não tínhamos como mostrar uma foto da barreira da época, totalmente descoberta, de terra crua. Lembro-me ter citado no artigo que as barreiras cortadas se parecem com feridas na natureza, como se fosse a carne. Disse ainda que as pessoas que fazem as barreiras, precisariam serem obrigadas por lei a ocultá-la com vegetação, seja era ou grama, ou com muros de arrimo, mas de forma que escondesse a ferida realizada, porque a sociedade não está obrigada a ver, inerte, tamanha violência ao meio ambiente, o que precisa ser imperativo pelo poder público, mas apoiar e incentivar essa iniciativa, caso ocorra no setor privado. Também propus no mesmo artigo postado naquele Ibirinha, que a municipalidade cultivasse ou comprasse mudas de "Era" e inserisse nos barrancos que existem por toda nossa cidade, que são muitos, devido termos uma geografia íngreme, além do centro de Ibiraçu ser cortado por muitas estradas, desde BR, rodovias e até ferrovia, que para suas construções muitos barrancos altíssimos precisaram ser feitos. Outro problema que a geografia íngreme da nossa cidade traz são as erosões, conforme ocorreu aqui na Biquinha na Enchente de Reis em 2009, mas que desde aquela data passamos a recuperar não somente com a vegetação "Era" mas com muros de arrima, sempre preocupado com o melhoramento do paisagismo do centro de Ibiraçu.
Nossa parte estamos fazendo para proteger os barrancos,
cultura que começamos há cinco anos, quando plantamos
cinco mudas de R$ 2,00 cada e que mediam menos
de vinte centímetros cada uma
cinco mudas de R$ 2,00 cada e que mediam menos
de vinte centímetros cada uma
Lamentavelmente a proposta que apresentamos no referido artigo não avançou e nem sequer foi debatida. Contudo, não vamos desistir de fecundarmos essa ideia em Ibiraçu, porque motivos temos para difundir essa espécie de cultura em nossa sociedade, ou seja, exigir legalmente do responsável a recuperação imediata das feridas produzidas na natureza. Querendo ou não, temos alguma relação com a cultura japonesa, através do Mosteiro Budista de Ibiraçu, e a proposta que apresentei é Lei no Japão há décadas. Se em Ibiraçu houvesse uma parceria do poder público com a sociedade, havendo distribuição de mudas, ou colaboração nos muros de arrimo, poderemos mostrar as milhares de pessoas que passam por nossa cidade todos os dias pela BR 101 que sabemos dar valor as coisas simples mas que se tornam grandioso o seu valor.
Se há cinco anos, quando sugerimos no antigo Ibirinha, mudas de "Eras"
tivessem sido distribuídas as pessoas que tem barreiras em seus lotes e
propriedades, e se a municipalidade tivesse plantado algumas mudas
pelas inúmeras barreiras que há na cidade de Ibiraçu, nossos barrancos
hoje estariam iguais a fotografia e a proteção teria virado
uma cultura municipal como no Japão, com quem nos coadunamos, onde
quem fere a natureza tem que cicatrizá-la por Lei
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