Vista de Ibiraçu, das profundezas da 'Gruta da Montanha da Dileta', que perfaz a boca da 'Montanha Metade de Um Rosto' mencionado no livro 'Memoriário' do ibiraçuense José Dauster.
Depois de quase quarenta anos, hoje voltei sozinho em um lugar que ia muito em companhia de amigos e vizinhos de infância que moravam nas Perobas. Trata-se da gruta da 'Montanha da Dileta'. Ela fica na mesma montanha que o ibiraçuense José Dauster denominou de 'metade de um rosto'. Tínhamos vagas lembranças do lugar, por ter ficado muito tempo sem lá retornar, mas hoje descobrimos que a referida montanha tem o rosto inteiro, e não somente a metade. A gruta perfaz uma espécie de 'boca do rosto' que Dauster denominou em seu livro.
Vista de Ibiraçu, destacando-se o seminário
Pratiquei um verdadeiro rapel escalando mais de cinquenta metros para chegar ao lugar, sem corda ou qualquer outro equipamento. Na minha infância, parecia que as coisas eram mais simples e fáceis. Subíamos rápidos. Ao chegar na gruta hoje, o tempo, que estava ensolarado quando começamos a caminhar, nublou totalmente e prejudicou fazermos as boas imagens que pretendíamos para expor às pessoas de Ibiraçu que gostam de aventuras, principalmente jovens e escoteiros. A gruta é agora outro bom lugar para se conhecer e aproveitar para fazer exercícios até alcançá-la, tanto físico quanto mental, diante do ar puro e da beleza do lugar, donde se tem uma bonita vista de Ibiraçu.
Imagem de dentro da 'Gruta da Montanha da Dileta' e o seu teto, a parte escura da imagem
Do alto da gruta avista-se verticalmente a reserva de matas nativas e a lagoa na propriedade de Paulo de Barbi, lugar exuberante e preservado. Na montanha deparei-me com muitos gaviões e vários outras aves. Por ser um lugar isolado e de difícil acesso, elas deram-me a impressão de procriarem nos buracos que existem por praticamente toda montanha da gruta e nas montanhas do fundo, ainda mais altas. Vimos também jacupembas e ouvimos japus e tucanos cantando um pouco mais distante. Outra vegetação muito abundante naquelas montanhas são os pés de Gramarim(os antigos assim pronunciavam), uma madeira muito resistente e usada para cabos de ferramentas, principalmente de martelo.
Trilha por onde se caminha ao topo da montanha da gruta
Se alguém se interessar em ir ao lugar, aconselhamos levar corda e um facão para abrir o caminho pela vegetação espinhosa e gravatas, as mais comuns em lugares assim. Água também somente na virada da montanha, mas muito precária.
Propriedade de Paulo De Barbi com lagoa ao centro
Vale a pena praticar uma aventura destas, principalmente em dia fresco e na época de inverno, devido o calor que o esforço para alcançar o topo proporciona.
Vista de Ibiraçu e o alinhamento da BR 101 e a avenida Cond´Eu que
se parece com uma só rua
Da gruta, decidi seguir subindo e não retornar, diante da dificuldade e do cansaço que seria descer agarrado em raízes dos gravatas, relativamente frágeis, o que pode ser fatal se não tiver o cuidado necessário, perigo que não víamos na nossa infância.
Pastagens no vale, entre duas montanhas, sendo a da esquerda,
o topo da montanha onde está a gruta
Altas montanhas rochosas de Ibiraçu onde está a gruta
Nenhum comentário:
Postar um comentário