Em um grande número de fazendas desbravadas pelos imigrantes italianos no município de Ibiraçu era comum até recentemente se encontrar funcionando moinhos tocados por força das quedas d'água e que eram usados para moagem de cereais, principalmente para o fubá de milho, matéria prima básica com o qual se fazia a polenta, alimento pioneiro da culinária da imigração italiana em Ibiraçu, cultura que ainda persiste entre muitos habitantes. Além de moinho para o fubá, haviam os de café e as pilas de arroz.
Muitos fazendeiros aproveitavam conjuntamente a força d'água e instalavam pequenos dínamos para produzirem eletricidade e acender algumas lâmpadas, principalmente nas casas sedes das fazendas, que naturalmente tinham prioridades exclusivas, diante da carência e da privatividade dos investimentos, que provavelmente não deveriam contar com o apoio público.
Somente no final da existência do município de Pau Gigante, que aconteceu em 1942, foi que o município de Ibiraçu passou a ter energia pública, gerada a partir da hidrelétrica da Barragem. Contudo, não sabemos afirmar a quem cabia a arrecadação dos tributos da hidrelétrica, se é que havia, e a quem pertencia, se ao Estado ou ao Município.
Resquícios do aqueduto em um moinho de fubá que era consorciado com um gerador de energia
para a sede da fazenda de Cachoeiro Comprido, que apesar de manter esse
nome, hoje a localidade é mais conhecida por Barragem.
Cascata, outrora por gravidade suas águas tinham força para tocar moinho
e produzir energia e hoje uma realidade totalmente prejudicada
A Cascata, que atualmente tem queda d'água prejudicada por algumas circunstâncias, no inicio da colonização foi literalmente a fonte de energia da fazenda da família Pignaton, logo abaixo da cachoeira. Por gravidade, durante décadas a família Pignaton produzia fubá de milho no moinho que possuíam, tanto para a família como para outros colonos, solidariedade muito comum na época.
Não sabemos informar se os Pignatons, também, produziam energia para a sede de suas fazenda que tinha no seu entorno inúmeras outras moradias, geralmente habitadas por pessoas da própria família que se casavam e passavam a viver separadamente, mas nas proximidades da sede.
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