segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A ÁGUA DA BIQUINHA E UM GÊISER

Recentemente, num bate papo entre amigos, duas pessoas que participavam e conhecem muito bem a história de Ibiraçu, confirmaram que na Biquinha, há muitos anos, havia um olho de água que brotava incessantemente do chão, na forma de um gêiser(olho d´água), conforme denomina-se em São Mateus, onde é muito comum presenciarmos olhos d´água brotando do solo, muitos dos quais  são minerais e que são engarrafadas nas indústrias de água mineral a partir de  canalizações.

Diante da confirmação das pessoas que conheceram o referido olho de água da Biquinha e em quem podemos confiar, deduzimos que o referido foi canalizado na direção do local que hoje encontra-se a bica que jorra a  água da  fonte da  Biquinha, o que explica ela nunca ter secado, mas apenas em uma única oportunidade ter sido reduzida drasticamente o seu curso, mas sem secar definitivamente, conforme  escrevemos um artigo há alguns anos.

Espécie de gêiser pequeno  e de pouca pressão

Esta novidade é mais uma garantia, talvez a principal, de que a  água da Biquinha que é usada pela população de  Ibiraçu é segura e despoluída, pois, gêiser são pressões da água subterrânea para a superfície, o que leva-nos a acreditar que a água da Biquinha vem de um lençol profundo, portanto, de qualidade e sem risco de contaminações, esta que geralmente é contraída junto a  poluição lançada na superfície da terra.  

CONCEITO  DE GÊISER
água subterrânea que se choca nas fissuras, cavidades e lençóis freáticos, em contacto com rochas e principalmente encontrada abaixo à elevada temperatura. A elevada pressão a que a água se encontra faz aumentar o ponto de ebulição da água, a qual obriga então a água a subir de forma violenta, em forma de jato, dando origem a esta manifestação de vulcanismo. Esses jatos podem atingir cerca de 80 metros de altura e apresentar temperaturas de 70 ºC onde não há rocha vulcânica, como o riolito, que é dissolvido em água quente e as formas de depósitos minerais chamados conglomerados siliciosos ou geiseritas, juntos dentro de sistemas de canalização. Ao longo do tempo, esses depósitos de rochas fortemente consolidadas reforçam as paredes do canal e permitem a atividade do fenômeno da natureza.

OBS; A Biquinha não chega a tanto, conforme o conceito acima, porque tratava-se na realidade de um olho d´água, muito comum por toda nossa região,  mas pode ser um curso de água pressionada subterraneamente por gravidade para a superfície. A água da Biquinha não perde sua qualidade e ninguém nunca encontrou uma impureza sequer. 


2 comentários:

Unknown disse...

Saudações ibiraçuenses.

Também confirmo os fatos narrados sobre o referido olho de água da Biquinha. Mas eles (haviam vários)não foram canalizados na direção do local que hoje encontra-se a bica que jorra a água da fonte da Biquinha. A canalização já havia sido feita muito antes com as nascentes (outros geiseres) um pouco mais acima, quando foi feita a estrada vicinal que levava ao CURRAL DO SEU CHICO.Quando crianças brincavamos ali e chamavamos o gêiser de nascentes pois brotava água em abundância. Mas diferentes de outros geiseres a água era gelada. O que houve foi um dano ambiental e eles foram cobertos quando fizeram a obra na base da bica e concretaram todos os olhos d´água. Na época eu nem sabia o que era dano ambiental, mas eu e meus amigos ficamos muito tristes com que ocorreu pois era legal tomar banho nos olhos d´água (o que também era dano ambiental). A gente ficava enfiando os pés dentro dos geiseres porque era relaxante.

Fui criado com água da biquinha. Minha mãe dona CECÍLIA FORESTI nos levava para dar banho ali. Todos os dias tinhamos que buscar água na fonte para beber e usar na cozinha e para lavar roupas. Todo final de dia, já escurecendo passavamos ao lado da casa do SEU BIRAL e desciamos o morro até a bica. Sempre levando baldes, um jarro, sabão e bucha que foi retirada do "pé de bucha da biquinha". O balde era para trazer um pouco de água e lavar os pés antes de entrar em casa. Pois na volta da bica os pés ficavam sujos de barro, não havia calçamentos em lugar nenhum. Hoje temos calçadas e escadas.

Outro fato interessante e que pode ser confirmado por moradores antigos é que seguindo mais uns 50 metros a frente e após a pequena queda d´água e uma porteira, havia um poço com água cristalina e que nós do BEIÇO DA ÉGUA chamava-mos de "POÇO DA TATINHA".

O lugar era lindo demais, em certos dias e de acordo como sol as águas ficavam azuis ou verdes. No fundo deste poço havia dezenas de olhos d´água.

TATINHA e sua família (ela é filha da dona Assunta e do senhor Florindo "já falecido") usava o local para lavar roupas "para fora". Roupas de muita gente de Ibiraçu foi lavada ali. As roupas depois de lavadas eram colocadas sobre uma pedra lisa para "coarar" (clarear).

Lembro destes momentos pois ficavamos em cima do barranco esperendo a TATINHA terminar de lavar as roupas e sair. Depois corriamos para tomar banho no poço, mas sem ela ver é claro, pois quando via botava a gente para correr dalí. Ela dizia "parem de sujar o meu poço". Nós gostavamos de usar a tábua (tauba) de "bater" roupas como trampolin. Era muito divertido. TATINHA hoje mora em Pendanga.

Continua...

Unknown disse...

continuação do comentário anterior:

Quando você encontrar meu irmão MARCOS FORESTI pergunta a ele sobre o poço da Tatinha. MARCOS FORESTI pode ser encontrado sempre com seus muitos amigos de copo, entre eles o PEDRINHO, aos fins de semana nos bares da região, principalmente no BAR DA BETE no Campagnaro, os amigos se juntam e sempre fazem pratos típicos de bons bebedores de cevada e aguardente: "LINGUA DE BOI, PÉ DE BOI, pé de porco, PATO COZIDO, BUCHO COM BATATA, GALINHADA, MIUDOS DIVERSOS, e vários outros petiscos. Recentemente fizeram os petiscos na Biquinha, como foi postado em seu blog.

Uma pessoa que deve lembrar com mais detalhes sobre este poço é o senhor Eliseu Campagnaro, eu até gostaria que você fizesse uma entrevista com ele, para confirmar a história e enriquecê-la ainda mais. Falo isto pois a estrada para o curral passava ao lado do poço e este ficava depois da porteira que havia ali. Seu Eliseu passava ali pela manhã e no fim da tarde e a abria e fechava para a vacas não fugirem. Não sei se ele vai lembrar da gente pois "muitos meninos aventureiros andavam pelas terras dos Campagnaro", caçando passarinhos, pescando "CARANGUEIJOLAS, ACARÁS FERREIRA, MOROBÁS e TRAÍRAS; empinando pipas e papagaios ou jogando bola em vários campinhos espalhados pela pastaria.

Sobre os campinhos de futebol acho que ele não gostava, pois o pasto sumia do lugar e surgia o campinho de terra. Mas nunca nos expulsou de suas terras.

Seu Eliseu deve inclusive saber detalhes da construção da estrada que ia para o curral próximo da lagoa e da hidrografia da micro bacia de suas terras antes de construirem o contorno de Ibiraçu.

Aproveita e agradeça a ele por mim, por tudo que a família Campagnaro fez por Ibiraçu. Quando criança meus pais me contaram que o nosso lote foi uns dos primeiros a serem doados por FRANCISCO CAMPAGNARO" o seu CHICO. Fomos pioneiros no Bairro Campagnaro (que recebeu um apelido feio de BEIÇO DA ÉGUA). Minha família Foresti será eternamente grata pelo gesto do senhor CHICO.

Carlos Alberto Foresti. Ibiraçuense de nascença e de coração.