Na minha forma de pensar, a decisão final que o STF poderia tomar contra o envolvimento do político brasileiro 'Zé Dirceu' seria somente retirar o seu direito político de se candidatar nas próximas três eleições, e pelo mesmo período prosseguir com a 'pena domiciliar' a que ele está submetido e cumprindo pela força que a pressão social automaticamente lhe infringe desde que a quebra de respeito constitucional da 'presunção de inocência' contra sua pessoa foi violada. Acho que ele não deve sair nem de casa, senão para os tribunais, mesmo nada ainda contra ele ter sido comprovado. A história escreve o início de fatos lhe envolvendo desde a última década sessenta, quando ele e outros brasileiros lutavam contra a ditadura e pela redemocratização do Brasil, ainda que com métodos radicais. Agora, na nova democracia brasileira, seu nome volta a baila como envolvido em um escândalo institucional, sem contudo desconhecermos claramente se ele é inocente ou culpado, ou se perseguido em sua vida pública, porque na primeira vez, pelo menos o motivo, salvo engano, era político e justo.
A decisão se "Zé Dirceu" é o autor "Brahma Choop" do grupo, ou seja, o 'Nº 01', entre as dezenas de pessoas que exerciam cargos públicos e estavam envolvidas somente terá validade a partir da decisão da Corte Constitucional nos próximos dias, mas seja lá qual for, para uma grande parcela do povo brasileiro o fato terá sempre uma marca, a de "perseguição política", porque de concreto, apesar de gravidade da ação praticada e já comprovada pelos autores, não esta muito 'as claras' sua participação como o líder, ou seja, não estão consideravelmente comprovada a sua posição de "cabeça" do grupo. O 'iter criminis' da ação que participava foi interrompido na transição entre o fim dos 'atos preparatórios' e início dos 'atos de execução'. Ele foi fulminado ainda no ninho sem que desse tempo de ser melhor analisado, o que construiu a carência de mais provas concretas contra "Zé Dirceu". Se a arquitetura que o grupo planejava tivesse avançado no tempo e conquistado outros campos, talvez transbordaria para o núcleo do Poder Executivo. Sua interrupção aconteceu quando os envolvidos ainda não havia demarcado um território sólido dentre parlamentares que sempre existiram nos Poderes Legislativos, onde é comum se encontrar voluntários para estes fins, faltando somente a coaptação de outros e mais outros que gostam de usufruir das oportunidades que alguém do Poder Executivo sempre bate nas portas dos seus gabinetes para oferecer, dana-se para os envolvidos se seus comportamentos são escusos e um dia serão descobertos, porque a mesma pessoa que lhe persuade à participar do esquema, os convence, também, de que o poder seria muitas vezes superior ao clientelismo que se estava praticando dentro do núcleo governamental, e por isso, jamais correria o risco de dar errado, mas que aconteceu.
"Zé Dirceu" não foi ninguém mais em todo o imbróglio do 'mensalão" do que a pessoa escolhida para intermediar e representar alguns segmentos do Poder Executivo do então Presidente Lula, este que ostenta de uma grande parcela dos brasileiros a credibilidade da inocência e que não tinha conhecimento dos fatos ilícitos, senão por "ouvir dizer e ter mandado apurar", conforme realmente ocorreu. "Zé Dirceu" era escalado para exercer a função de edificar nos porões do poder a interação de parlamentares e outras pessoas influentes da República para aprovação, muitas vezes de afogadilho, de projetos, alguns provavelmente do interesse da República, mas outros atendendo exclusivamente o interesse de poucos, portanto, ilícitos. Desconheço a natureza e origem de sua habilidade, mas não há dúvidas que ele foi o escolhido para representar alguma coisa esdrúxula no âmago do parlamento brasileiro, onde estão as terras mais férteis para prosperidade das ações políticas delituosas, e não somente no Brasil.
É preciso estar convicto da culpa de uma pessoa para colocar o seu nome em um quadro negro da vida política nacional ou até na prisão, mesmo sabendo que nestes casos a sentença principal quem prolata é a própria sociedade com sua opinião soberana.
Finalizando, se "Zé Dirceu", seja em prol da própria República em algumas situações ou não, colocou o seu nome a disposição para, também, assumir a ação ilegal a favor de outra ou outras pessoas, ele estava a todo o tempo cônscio de sua ilicitude, e sempre convencido de que nunca declinaria o nomes dos eventuais comparsas, principalmente o superior, o que certamente deve existiu. Provavelmente aceitou fazer o papel de 'rábula' do governo do PT e com uma carta branca nas mãos, literalmente entregue-lhe por alguém para que facilitasse as votações de alguns projetos do interesse do próprio Poder Executivo e de outras pessoas e segmentos. Portanto, se assim agiu, ou seja, a favor de um superior, sua atitude retira-lhe imediata e automaticamente a qualidade do 'líder' único de toda a engenharia desvenda no principal escândalo da nova democracia brasileira que é o "mensalão". Se o caso não tivesse se tornado público, talvez o PT não tivesse pegado o rumo e dado a boa governabilidade que está dando ao Brasil hoje. Do contrário, se não tivesse se tornado do conhecimento público no início da sua construção delituosa, que não sei por que cargas d´águas coincidiu praticamente com o início da gestão do Partido dos Trabalhadores, talvez a democracia brasileira teria sofrido um duro golpe em sua estrutura, como ela corre agora o mesmo risco, quando ventila-se e tenta-se politicamente pressionar a Corte Máxima da Justiça Brasileiras, o STF, penalizar uma pessoa como o eventual 'líder' de um grupo de pessoas públicas e de outros setores que se reuniram para cometerem ilícitos ao erário nacional, sem contudo se ter absoluta certeza que por trás dele existiram outras.
Então, se assim for decido, penalizar uma pessoa quando quem o julgará subjetivamente e praticamente sabe que ela, por sua vez, era subordinada a outra ou outras pessoa, talvez a democracia brasileira esteja retomando o sentido de perder a sua essência e sentido de ser.
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