Nos idos de uma madrugada de inverno de 1981, sob intensa chuva no interior de uma Kombi pilotada por mim absolutamente embriagado, em companhia dos também prejudicados Edi Moro, Pianca e "Vavá", fomos para o bar Sfalsin tomar a eterna saideira, sempre depois que o Chiqueirinho fechava. Pedimos uma cerveja e começamos a encher o sapato de quase todo mundo da estrada que chegava para lanchar e dos funcionários.
Conversa de bêbado ia e voltava, que acabou Edi Moro oferecendo 23 ovos cozidos que havia na estufa à "Vavá" que ele pagaria, caso comece.
"Vavá" topou na hora e mandou ver. Em menos de vinte minutos já havia comido 22 ovos. Foi quando então que Edi Moro gritou em alto e bom som que assustou até Geraldo Costa.
- "EPA! PARA AÍ! O último quem vai comer sou eu. Vou ter que pagar mesmo".
Em seguida, já puto com as brincadeiras que fazíamos em seu comércio, e meio sem jeito de mandar diretamente nós quatro bêbados sumir, então foi a vez de Geraldo agarrar aquela chance e gritar:
- "Se vocês comerem toda rapadura que está ai debaixo do balcão eu pago e ainda dou dez mil reais".
Rapidamente todos nós dirigimos os olhos às rapaduras. Contamos, e constatamos que haviam 76 barras de um quilo cada, o que daria mais ou menos uma arrouba e meia para cada um.
Olhei para Edi e disse:
- "Edi, Geraldo está mandando nós embora".
Edi Moro teve coragem de ainda me perguntar:
- SERÁ?
Depois de umas três saideiras fomos.
No dia seguinte, preocupado com "Vavá", que poderia ter passado mal ou sufocado com os ovos , procurei-lhe e perguntei.
- "E ai? Não passou mal Vavá"?
- Mal? Cheguei em casa onde tinha mais dois ovos fritos. Não perdi tempo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário