Depois de quatorze horas digitando incessantemente no trabalho no DPJ de Laranjeiras na Serra, os ânimos estão reduzidos para continuar digitando nesta noite. Mas como centenas de pessoas acionam o Ibira Sul todos os dias, principalmente com a visibilidade que o jornal "Folha do Litoral" tem nos dado, sinto-me quase que na obrigação de prosseguir e dar-lhes satisfações, como agora faço ainda que com a energia reduzida e com todo o cansaço, por que estou fazendo o que amo. Verbo é o que não vai nos faltar, espero.
Campanha eleitoral é uma coisa interessante. Quando estamos no seu interior, pelo menos aqui em Ibiraçu, o centro da cidade fica em polvorosa. É gente pra tudo quanto é canto e lado mostrando seus dotes eleitorais. No dia seguinte ao término das eleições, é festa, mas nos consequentes, aquele desastre. As pessoas somem. Provavelmente ficam em casa na expectativa, aguardando uma provável visita do prefeito eleito para um convite para trabalhar na prefeitura no próximo ano. Muitos acabam realizando seus senhos, porque realmente o prefeito eleito chega e convida. Quanto aos demais, que ficam somente na expectativa, começam a desanimarem com o novo gestor, porque o voto se resumia a esta espécie de mudança. Não no modo de gerenciar do próximo mandatário, mas na mudança de sua própria vida e com emprego, porque um bom posto público por quatro anos é sempre satisfatório para quem é contemplado, enquanto invejado para muitos dezenas de outros pretendentes. É desta realidade que devemos nos conscientizar. A realidade que pode ser qualquer um e em qualquer município, mas, se ele for precário no mercado de trabalho, aí que a cobrança e o descontentamento com o grupo que ganhou a política expõe-se com rapidez. Principalmente quando os vencedores usaram do artifício de prometer alguma brecha no poder público durante a campanha, seja como empregado, seja como fornecedor.
Não temos notícias que em Ibiraçu foi assim nas últimas eleições, ou seja, que quem ganhou, chegou ao pódio prometendo. Mas de uma coisa o prefeito eleito precisa ter certeza e se preparar, porque diante dos fatos recentes que nos aconteceram, com o fechamento das duas maiores, e únicas talvez, grandes indústrias que tínhamos, certamente as cobranças se multiplicarão, e ele deverá se blindar para não sofrer uma pressão muito grande nos primeiros meses de gestão, e assim ver sua força política se deteriorar, porque situações desta natureza são iguais ao lançamento de filme nos cinemas. Todos correm nos primeiros dias para assistirem, porque depois que passam algumas semanas, o filme não tem mais graça. Quem já assistiu espalha-o e a sua graça vai para o ralo, O negócio então é esperar um novo filme para uma nova fila na bilheteria e assim sucessivamente. Mudança então, só do nome do artista principal e do conteúdo do filme, porque a fila nas bilheterias eternamente serão as mesmas, enquanto o povo brasileiro continuar nutrindo na maioria dos municípios a esperança de ganhar uma eleição para ganhar um cargo público. Se assim não for, vivemos a velha máxima artística, a do mocinho que vira o bandido, mesmo com todo esforço que ele possa desprender para evitar ser vítima desta transformação que o próprio povo faz.
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