Como há algum tempo estamos alertando, a cada dia que passa, o comércio de Ibiraçu está sendo consumido pelo esplendido comércio que está se tornando a cidade de Aracruz. As pessoas deixam de adquirir um objeto em Ibiraçu, por mais simples que seja, para ir a Aracruz. Seja de ônibus ou automóvel. Alguns arriscam irem até de bicicleta, o que não deixa de ser uma boa prática, diante da belíssima estrada, praticamente toda sombreada e que liga as duas cidades. E não há o que fazer a curto prazo para estancar essa evasão, ainda que alguns comerciantes tentam.
Esse fato é facilitado pelo itinerário dos ônibus que passam no centro de Ibiraçu com destino a Aracruz, o que acontece de meia em meia hora. Como todo mundo tem o direito de ir e vir, não há medida a ser adotada de imediato.
Porém, a um fato que poucos observam, e ele é antigo. O movimento da cidade de Aracruz é somente no horário diurno. Nunca em Aracruz o horário noturno foi movimentado. A efemeridade dos comércios noturnos de Aracruz é uma constância e praxe, e poucos são os estabelecimentos que resistem a este fenômeno que ninguém consegue explicar. Uma casa noturna abre as portas em Aracruz, com o máximo de qualidade, mas em pouco tempo ela acaba fechando as portas ou mudando de dono em dono e nunca se firmando, devido algum problema qualquer, normalmente o mesmo, ou seja, falta de identidade entre os estranhos clientes.
Na verdade Aracruz é uma grande e ascendente cidade, por onde tramita e chegam todos os dias pessoas das mais distantes localidades, normalmente em busca de oportunidade de emprego, o que realmente existe e é um orgulho para toda região. Ao chegarem, meia perdidas, acabam frequentando o primeiro comércio noturno que encontram, e, sem vínculo social, acabam enfrentando um impacto de relacionamento que retira os ânimos das famílias em saírem no horário noturno, temerosos de se envolverem de alguma forma em problemas, fato comum a qualquer cidadão que deixa o lar a noite com a família para se divertir. Com isso, normalmente as pessoas fogem para o litoral, onde há opções, mas distantes quase o triplo se porventura optassem em vir para Ibiraçu, onde o problema elencado não existe. Somado, há ainda o fato de ser a cidade de Aracruz relativamente valente, principalmente a noite, diante da chegada das pessoas pelo fato que citamos e dentre elas existir os delinquentes, apesar de todo esforço que as entidades públicas próprias estão desprendendo para estancar esta talvez a única imagem negativa de Aracruz, medidas que estão dando certo e que atualmente está praticamente sob controle.
Como somos conhecedores destes fatos há décadas, porque não me recordo desde quando jovem de ter ido no horário noturno em Aracruz e deixado de presenciar um tumulto qualquer, temos que explorar a mansidão e bucolismo da nossa cidade, e, em conjunto, oferecer alguma coisa agradável em Ibiraçu, de modo a retribuir aos aracruzenses o que eles nos oferecem no horário diurno, talvez até um reconhecimento pelo dinheiro que gastamos lá, como são as as opções existentes e a qualidades da Lagoa do Vale, Estância Lombardi e outros, mas que funcionam somente nos finais de semana, e também, de dia. Os shows que são realizados em Ibiraçu, seja do Rodeio ou em outras oportunidades, são as maiores provas de que nossa cidade é agradável nesta espécie de comércio e atrai pessoas de lugares distantes, onde nunca se registrou qualquer problema grave em toda sua historia.
Particularmente vamos perseguir este nicho de mercado que acreditamos existir a favor de Ibiraçu, abrindo no próximo mês um comércio noturno aqui na Biquinha, com shows ao vivo de volta e meia e com artistas locais, chopp, vinho, e outros atrativos, porque desafios estamos acostumados a enfrentar nesta vida, como foi a abertura da "Parada Ibiraçu" quando iniciamos em 1988, oportunidade que também fomos motivos de deboche de alguns, diante da simplicidade da estrutura com que iniciamos, mas por acreditar em Ibiraçu, seja em qualquer ocasião política, porque esta é automaticamente efêmera, como normalmente são os comércios noturno da cidade de Aracruz, salvo raras exceções que conseguem ultrapassar a barreira de quatro ou oito anos. Não será por isso que iremos deixar de lutar.
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