A três quilômetros do centro de Ibiraçu, existe este exuberante lugar que poucas pessoas de nossa cidade conhece. Trata-se de Cachoeiro Comprido, uma extensa queda d´água no leito do rio da Prata, logo acima da ponte da Barragem, anexa a rodovia municipal que vai à localidade de Pedro Palácios, e também, anexa a ferrovia da Vale.
Apesar de sua água não ser totalmente despoluída - obra fácil de se executada, bastando construir fossas nas casas acima da corredeira que ainda não tem, e obrigar a construí-la nas futuras casas, como deveria ser na Cascata de Ibiraçu -, o lugar é muito frequentado até hoje nos dias quentes de fins de semanas, mas longe de como era antes da explosão que atraiu a população para as praias, quando o lugar era tomado por uma grande fatia da sociedade ibiraçuense, que fazia da cachoeira uma espécie de point para recreações familiares.
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Na parte inferior da cachoeira há resquícios de uma provável casa de força, ou então, de um moinho.
No início da última década sessenta, um irmão leigo que morava no seminário de Ibiraçu, foi a Cachoeiro Comprido recrear com outros colegas religiosos. Entre uma pedra e outra escorregou e se afogou, estando inclusive sepultado no cemitério de Ibiraçu, apesar de ser original da Itália. Aquele dramático acontecimento assustou as famílias que frequentava o lugar. A partir de então, Cachoeiro Comprido nunca mais foi a mesma e caiu no desuso e não mais mereceu a atenção das nossas autoridades públicas, que outrora zelavam pelo local em apoio a sociedade, e nem investimentos dos proprietários do seu entorno, que nunca se preocuparam em aproveitar o potencial que o lugar oferece para criar uma estrutura mínima no contexto de agronegócios e abrir novos postos de trabalho para gerar renda.
Cachoeiro Comprido - mais de 100m de corredeiras
Pessoas próximas da família de dona Pinota, a então abastada proprietária do lugar, desfrutavam das águas límpidas que desciam das matas virgens de então, hoje a habitada região de Pedro Palácios.
Na parte inferior da lagoa, no largo rio que se estende até a Barragem, muitas vezes fui pescar as pequenas piabas que lá facilmente se encontrava, ora em companhia de meu pai e tios, e mais recente, há 30 ou 35 anos, com primos e colegas.
Usávamos com instrumento para pegarmos as piabas os sacos de batatas. As piabas eram mais fáceis de serem apanhadas, quando se aproximavam em milhares das corredeiras de Cachoeiro Comprido, tentando subir pedra acima para desovarem, fenômeno chamado piracema.
Infelizmente, contribuímos, e aquela espécie de piabas, provavelmente hoje é um animal em extinção.
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