sexta-feira, 27 de abril de 2012

CONTOS DE IBIRAÇU

Certa ocasião estava sendo realizada uma procissão no centro de Ibiraçu, caminhando da igreja matriz ao seminário. Era uma noite de sábado, e já havia saído o resultado do  jogo de bicho. Na procissão encontrava-se o saudoso seu Leonêncio Barbarioli, que era o cambista que fazia jogo de bicho na cidade, que, como os demais fiéis, seguia normalmente cantando um hino religioso.

Ao passar em frente ao bar do seu Geraldo Caldeira, onde hoje é o Banestes, o servidor público municipal “Clóvis Boca de Bueiro” que na calçada estava, e naquele exato dia tinha feito uma fezinha no jogo de bicho com o próprio seu  Leonêncio, ao vê-lo, decidiu entrar na procissão para saber o resultado do jogo, mesmo depois de ter tomado umas cachaças. Clovis seguiu com os fiéis e se aproximou do seu Leonêncio, tendo no ritmo do próprio hino que era cantado, perguntado:  

“Seu  Leonêncio que bicho que deu? 

Assustado, seu Leonêncio se curvou e viu  que se tratava de “Clovis Boca de Bueiro” um cliente do jogo de bicho que jogava todos os dias. Para não contrariá-lo, mesmo naquele momento inoportuno  seu Leonêncio decidiu  dar o resultado, e depois  de alguns minutos assim fez. Retardou a caminhada na procissão, e se postou logo atrás de Clovis para, também, no ritmo do hino religioso que era cantado pelos  fiéis exclamar:

“Avê, avê, avêêêêêtruz! E  assim atendeu seu cliente, que, sem ninguém compreender o que havia acontecido, no meio da procissão gritou: 

“GANHEI”!

Seu Leonêncio se apavorou com o grito  de Clovis e disse:

"NÃO, BURRO"! 

Quem curvou-se para trás desta vez foi “Clóvis Boca de Bueiro”, que bêbado e sem entender, devido o barulho do hino cantado pelos fiéis perguntou em alto e bom som: 

"DEU AVESTRUZ OU DEU BURRO"? 

E aí a confusão começou.


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