segunda-feira, 23 de abril de 2012

CONTOS DE IBIRAÇU


Quando o médico doutor Barroso, então prefeito de Ibiraçu, inaugurou a hidrelétrica da Barragem para  atender a demanda de energia da cidade, decidiu, também, paralelamente, inaugurar um telefone de uma única linha, entre a casa de máquinas da hidrelétrica e a sede da prefeitura, para ser usado em casos de emergências.

No dia da inauguração, doutor Barroso combinou com o renomado e experiente servidor público municipal, o senhor Argemiro Gratz, para que ficasse na casa de máquinas e atendesse o telefone, depois  de explicar que tratava-se de um telefone de uma linha só e ligado diretamente ao gabinete do prefeito.

Postados cada qual em seu lugar para a inauguração, doutor Barroso, cercado de curiosos populares que haviam sido  convidados, pegou o telefone para inaugurá-lo e fez a primeira ligação, logicamente para a Barragem. Devido algum problema, o que era comum, a ligação não se completou. O prefeito insistiu inúmeras vezes, mas nada do aparelho telefônico, que era viva voz, funcionar.

Depois de reiteradas tentativas, já bastante nervoso e suando sob a pressão e olhos dos populares que acompanhavam decepcionados a falha na ligação do aparelho, eis que a linha se completa. O prefeito aguardou o atendimento com o aparelho no ouvido, e, depois de inúmeras chamadas, alguém atende.

Para surpresa, não foi o senhor Argemiro que atendeu, conforme estava combinado, pois, havia instantaneamente se ausentado do local, mas um funcionário daquela hidrelétrica que ouviu o barulho da campainha, se aproximou, pegou o telefone e perguntou: 

“de  onde está falando”.  

Já nervoso, pensando  tratar-se do senhor Argemiro, depois de ter-lhe explicado inúmeras vezes que era um aparelho de uma linha só, o que não poderia ser de outro lugar senão da  prefeitura, doutor Barroso não se conteve e disse,  para surpresa dos  presentes:

“É da puta que pariu”.  







    

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