quarta-feira, 18 de abril de 2012
CONTOS DE IBIRAÇU
Bepe Poltronieri era um morador de Pendanga, mas praticamente todos os dias viajava na jardineira de Fernando Parense à cidade de Ibiraçu, onde tomava umas bebidas e perambulava.
Como era tirado a galanteador, provavelmente quando vislumbrava conquistar alguém, ele ficava até mais tarde na rua, como eram conhecidos os centros urbanos de então. Quando isso acontecia, a tarde se dirigia até o poço do rio Perobas, nas imediações do início da avenida Cond´Eu, sob uma ponte que havia onde hoje é o trevo para Aracruz, e lá tomava banhos prolongados, totalmente pelado.
Entre um mergulho e outro, a molecada da rua, que sabia que ele sempre ficava pelado, decidiu esconder as roupas de Bepe, e assim fizeram.
Quando estava escuro, Bepe saiu da água e procurou suas roupas.
Cadê?
Começou então a gritar como um louco e pedir ajuda. Como os moradores não lhe davam atenção, por saber tratar-se de uma pessoa meio adoidada, ninguém se dirigiu ao local.
Sem mais alternativa, Bepe retirou algumas folhas verdes numa touceira de banana e as amarrou com embiras, perfazendo uma espécie de saia. Daquele jeito, saiu pela rua rumo ao centro para pedir socorro.
Ao passar pela primeira cachorrada, que viram aquela touceira ambulante, os cães não fizeram outra coisa senão atacar.
Bepe, desesperado, começou a correr, deixando as folhas caírem, ficando com a lingüiça exposta, provocando desta forma mais enusiasmo nos vira-latas.
Bepe voltou totalmente pelado ao local que estava e pulou no rio, onde se manteve enquanto os cachorros, com fome, lhes aguardavam na margem.
Somente no dia seguinte foi socorrido pelo então Delegado de Policia, senhor Carlos Pagiola, depois de muita gritaria por socorro.
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