sexta-feira, 13 de abril de 2012

CONTOS DE IBIRAÇU



Até 1970, o senhor João Modenesi,  pai de Tião, tinha uma oficina na avenida Cond´Eu, anexo a casa de tio Natalino Rosalém, onde  exercia,  além de outras  atividades,  a profissão  de armeiro.

Certa manhã,  estava seu João em sua oficina, batendo bigorna, quando um caminhão Ford modelo antigo, dirigido por um senhor da família Bozzi de Santa Maria  parou na rua, em frente a  oficina de seu João e a  casa de  tio Natalino Rosalém, passando em seguida a manobrá-lo, levando-o  para  frente  e  para trás para estacioná-lo.

Tia Mariquinha Pignaton, esposa de tio Natalino Rosalém, tinha um papagaio que falava tudo. Inclusive rezava a bíblia inteirinha em latim.   

No momento que o Ford manobrava, o papagaio se assustou com a fumaça e barulho exalados, e fugiu em direção ao próprio caminhão, trombando na carroceria e caindo ao chão de asas abertas, e assim ficando.

Ao ver que o papagaio havia sido atropelado, ou melhor, tentado suicídio, tio Natalino se apoderou de sua relepa(espingarda caseira), colocou-a no ombro e seguiu para a rua bastante nervoso, igual um siri na lata.

Ao se aproximar do caminhão, que  estava com o motorista ainda dentro da  boleia, tio Natalino começou a  resmungar com o senhor Bozzi.  Este,  não sabendo o que havia acontecido e nem o por quê da  balangação,   desceu do caminhão,  olhou em direção ao chão e disse:

“Que  confusão e essa por causa de um pé de alface Natalino”?

Só depois de se aproximar que viu tratar-se de um papagaio, e não  de um pé de alface, mas que nada de grave havia acontecido com a ave querida de  tia Mariquinha Pignaton, tendo então o  problema sido contornado.

Por pouco não morreu  uma meia dúzia.


Nenhum comentário: