Até 1970, o senhor João Modenesi,
pai de Tião, tinha uma oficina na avenida Cond´Eu, anexo a casa de tio
Natalino Rosalém, onde exercia, além de outras
atividades, a profissão de armeiro.
Certa manhã, estava seu João em sua oficina, batendo
bigorna, quando um caminhão Ford modelo antigo, dirigido por um senhor da família
Bozzi de Santa Maria parou na rua, em
frente a oficina de seu João e a casa de
tio Natalino Rosalém, passando em seguida a manobrá-lo, levando-o para frente e para
trás para estacioná-lo.
Tia Mariquinha Pignaton,
esposa de tio Natalino Rosalém, tinha um papagaio que falava tudo. Inclusive rezava
a bíblia inteirinha em latim.
No momento que o Ford
manobrava, o papagaio se assustou com a fumaça e barulho exalados, e fugiu em
direção ao próprio caminhão, trombando na carroceria e caindo ao chão de asas
abertas, e assim ficando.
Ao ver que o papagaio havia sido
atropelado, ou melhor, tentado suicídio, tio Natalino se apoderou de sua
relepa(espingarda caseira), colocou-a no ombro e seguiu para a rua bastante
nervoso, igual um siri na lata.
Ao se aproximar do caminhão,
que estava com o motorista ainda dentro
da boleia, tio Natalino começou a resmungar com o senhor Bozzi. Este, não
sabendo o que havia acontecido e nem o por quê da balangação,
desceu do caminhão, olhou em
direção ao chão e disse:
“Que confusão e essa por causa de um pé de alface Natalino”?
Só depois de se aproximar que
viu tratar-se de um papagaio, e não de
um pé de alface, mas que nada de grave havia acontecido com a ave querida
de tia Mariquinha Pignaton, tendo então
o problema sido contornado.
Por pouco não morreu uma meia dúzia.
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