segunda-feira, 16 de julho de 2012

CONTOS DE IBIRAÇU


Quando inaugurei a “Parada Ibiraçu” em 1988, nos primeiros meses dormia no estabelecimento, devido tratar-se o lugar naquela época bastante ermo. Depois de algum tempo, quando o comércio começou a dar um pequeno lucro, decide colocar um vigia, mesmo continuando a dormir no  local, pois, chegava de madrugada de Colatina, onde cursava Direito na FADIC, normalmente sempre cansado e necessitando dormir.

Combinei então com uma pessoa chamada Dominguinho, que era de João Neiva, mas havia aparecido em Ibiraçu, não me recordo em que enchente, o qual tinha uma fisionomia do personagem “Rabicó” do Sítio do Pica Pau Amarelo, programa da rede Globo, o que já era uma comédia só em olhá-lo.

Combinei com Dominguinho que forneceria todas as noites uma garrafa de café e um maço de cigarros, e assim fiz no primeiro dia, e único, inclusive, de seu serviço, quando lhe entreguei, também, um apito para que o acionasse de hora em hora a partir das 22:00 até as 06:00 horas.

No primeiro dia de serviço, fui dormir por volta das 24:00 horas, quando Dominguinho  acionou o apito, tendo posteriormente, por algumas horas, feito o que havíamos combinado.

Por volta das 04:00 horas da madrugada, acordei assustado com o ruído do apito em estado contínuo e logo pensei: "puta que pariu, é um assalto e estão sequestrando Dominguinho". Rapidamente levantei, apanhei uma barra de ferro que havia reservado para situações de perigo, e, com ela nas mãos, saí para o pátio da “Parada Ibiraçu” para ver o que estava acontecendo. Para minha decepção, surpreendi Dominguinho dormindo, o qual, a cada respirada do seu profundo sono, produzia o ruído com o apito que me acordou assustado, ou seja, o fdp dormiu com o apito na boca.

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