Quando inaugurei a “Parada Ibiraçu” em 1988, nos primeiros
meses dormia no estabelecimento, devido tratar-se o lugar naquela época bastante
ermo. Depois de algum tempo, quando o comércio começou a dar um pequeno lucro,
decide colocar um vigia, mesmo continuando a dormir no local, pois, chegava de madrugada de Colatina,
onde cursava Direito na FADIC, normalmente sempre cansado e necessitando dormir.
Combinei então com uma pessoa chamada Dominguinho, que era
de João Neiva, mas havia aparecido em Ibiraçu, não me recordo em que enchente, o
qual tinha uma fisionomia do personagem “Rabicó” do Sítio do Pica Pau Amarelo,
programa da rede Globo, o que já era uma comédia só em olhá-lo.
Combinei com Dominguinho que forneceria todas as noites uma
garrafa de café e um maço de cigarros, e assim fiz no primeiro dia, e único, inclusive,
de seu serviço, quando lhe entreguei, também, um apito para que o acionasse de
hora em hora a partir das 22:00 até as 06:00 horas.
No primeiro dia de serviço, fui dormir por volta das 24:00
horas, quando Dominguinho acionou o
apito, tendo posteriormente, por algumas horas, feito o que havíamos combinado.
Por volta das 04:00 horas da madrugada, acordei assustado com
o ruído do apito em estado contínuo e logo pensei: "puta que pariu, é um assalto e estão sequestrando Dominguinho". Rapidamente levantei, apanhei uma barra de ferro que havia
reservado para situações de perigo, e, com
ela nas mãos, saí para o pátio da “Parada Ibiraçu” para ver o que estava acontecendo.
Para minha decepção, surpreendi Dominguinho dormindo, o qual, a cada respirada
do seu profundo sono, produzia o ruído com o apito que me acordou assustado, ou seja, o fdp dormiu com o apito na boca.
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