terça-feira, 22 de maio de 2012

CONTOS DE IBIRAÇU


Quando meu pai era proprietário do terreno que hoje são as ruas atrás do posto Padre Eustáquio, bairro São Cristovão, Ibiraçu, o então açougueiro da cidade, Jocarli de Almeida, colocava alguns animais de corte naquela  propriedade para serem abatidos vagarosamente. Praticamente todas as semanas ele retirava duas ou três cabeças.

Para retirar os animais, Jocarli ia numa caminhonete de carroceria, e levava o seu fiel  auxiliar, “Caboclinho”, um membro da família Rosa e morador do bairro Boa Vista, acredito que uma das mais remotas família de Ibiraçu.

Certo dia, quem voltou a propriedade na caminhonete para apanhar um garrote foi o amigo de Jocarli, o também açougueiro conhecido por “Zé Defunto”. Saiu de pasto afora na propriedade com a caminhonete, mesmo sem estrada definida, e com vários de nós garotos na carroceria, inclusive “Caboclinho”, que como sempre, naquela oportunidade também estava bêbado, o normal como ele trabalhava. Num murundu destes que há no meio do pasto e que engana as pessoas, “Zé Defunto”, que também vivia praticamente de fogo, dividiu-o ao meio, colocando a caminhonete em um estado que, qualquer balançadinha a tombaria. Rapidamente parou a caminhonete, e de vagarzinho abriu e saiu pela porta do carona, se dirigiu ao topo do murundu  e gritou: “pula todo mundo que o carro vai tombar”. Todos pularam do lado contrário ao perigo desenhado, exceto “Caboclinho”, que pulou do lado de baixo, o que  foi o suficiente para a  caminhonete deitar com um touro amarrado sobre ela.       

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