segunda-feira, 7 de maio de 2012

CONTOS DE IBIRAÇU


Quando apareceram os primeiros chuveiros elétricos, instalaram um no banheiro dos funcionários da serraria do senhor Otaviano Modenesi, que ficava na entrada da localidade de Valada Maffei, lugar então conhecido por Lagoinha. Aquele fato novo se tornou a grande surpresa de todos.

Numa fria tarde chuvosa de inverno, chegou a serraria o senhor Florêncio Sagrillo, popularmente conhecido por “Sagrilão”, juntamente com um motorista de caminhão que vinha do mato, carregado de toras de madeira para serem serradas. “Sagrilão” fez uma horinha no pátio da serraria e depois se dirigiu a vendinha do senhor Gardiman, conhecido por “Bigode”, onde tomou uns conhaques, falando em seguida que iria tomar um banho, como sempre fazia quando chegava na serraria, pois, era pessoa muita amiga e conhecida do proprietário.

Meio bêbado, “Sagrilão” se dirigiu ao banheiro e logo observou que  havia algo diferente. Não sabendo do que se  tratava,  por que  ninguém havia lembrado de lhe avisar, despiu-se e foi tomar o banho. Mexeu de um lado e do outro, e não conseguiu colocar o  chuveiro para funcionar, por que nem água saiu. Já aborrecido, decidiu torcer o próprio chuveiro até onde pode, e junto dele a fiação, quando deveria somente torcer a torneira que estava na parede na altura do  umbigo.

Para sua surpresa, o chuveiro enfumaçou, deu um estalo, incendiou e vasou a água do cano quebrado, levando  “Sagrilão” , que estava pelado no meio daquele monte de faísca, o que ele nunca havia visto, a tomar um violento choque, e, tonto, deixar o banheiro e sair correndo enrolado numa toalha, gritando para os que se encontravam nas imediações:

“SOCORRO! UM RAIO CAIU DENTRO DO BANHEIRO”.

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