O time de Juventude, conforme apresentei as fotografias em veiculação anterior, também tem sua história para contar. Acredito que em 1977 ou 1978, auge do time, o técnico Pedro Lombardi, o 'Pedro Raio", marcou um jogo contra o Caeiras Velhas, localidade indígena do litoral de Aracruz, time que tinha uma tradição de nunca ter perdido em casa.
O jogo foi truncado o tempo todo, sem que ninguém houvesse inaugurado o placar até os 43 minutos do segundo tempo, quando o juiz da partida decidiu marcar um pênalti a favor do Juventude, depois que um jogador índio puxou do calção que usava um canivete contra um atacante do Juventude, fato ocorrido dentro da pequena área.
Zé Turbina foi designado para bater. Colocou a bola na marca do pênalti, olhou para o goleiro e desistiu, não explicando o porquê. Fia, seu irmão, se prontificou em bater. Foi a marca do pênalti, ajeitou a bola, deu alguns passos para trás e, no momento de correr para a cobrança, também desistiu, e não a explicou. Robson, morador do Aricanga que jogava no time, tomou a dianteira e falou que iria bater. Aproveitou que a bola já estava na marca do pênalti, deu alguns passos para trás, e, quando olhou para a trave e começou a correr em direção a bola para fazer a cobrança, deparou-se com um índio já de idade agachado do lado de um dos postes da trave com uma garrucha na mão e apontada direto para ele. Robson não teve outra alternativa, senão chutar a bola para fora e garantir o velho tabu do time de futebol do Caeiras Velhas, de nunca ter perdido em seu prego. O joguinho duro sô.
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