Poeta Décio Pignatari morre aos 85 em São Paulo
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DE SÃO
PAULO
O
poeta, ensaísta e tradutor Décio Pignatari morreu na manhã deste domingo (2),
aos 85 anos. Internado no Hospital Universitário da USP desde a sexta (30), ele
teve insuficiência respiratória e pneumonia aspirativa (infecção pulmonar).
Pignatari,
que estava internado no Hospital Universitário da USP, em São Paulo, foi um dos
principais nomes da poesia concreta, ao lado dos irmãos Haroldo e Augusto de
Campos --com quem editou a revista "Noigandres", no anos 1950. Também
com os irmãos Campos publicou "Teoria da Poesia Concreta", em 1965.
Décio
Pignatari
Nascido
em Jundiaí, em 1927, Pignatari publicou seus primeiros poemas em 1949 na
"Revista Brasileira de Poesia". Em 1950, lança seu primeiro livro de
poemas, "Carrossel". Formou-se em direito pela USP, em 1953, e, três
anos depois, lançou o movimento da poesia concreta com o grupo Noigandres, a
partir da revista publicada em 1952. Em 1956, o grupo publica
"Plano-Piloto para a Poesia Concreta". Foi colunista da Folha entre 1983 e 1987. Em 2009, lançou
"Bili com Limão Verde na Mão". Há cerca de um ano, havia voltado a
morar em São Paulo, após ter passado pouco mais de dez anos em Curitiba (PR).
Também
teórico da comunicação, Pignatari ajudou a fundar a Associação Brasileira de
Semiótica, nos anos 1970.
"A
importância dele não pode ser subestimada. Era uma das inteligências mais
incisivas que este país já teve", disse Frederico Barbosa, 51, poeta e
diretor da Casa das Rosas.
De
acordo com Barbosa, a família não vai fazer velório e o enterro será nesta segunda
(3), ao meio-dia, no cemitério do Morumbi.
Em
entrevista à Folha em 2007, quando completou 80 anos,
Pignatari sintetizou sua trajetória numa de suas caras palavras-valise:
"oitentação". Sobre o rompimento com o poeta Ferreira Gullar, que
encabeçou o movimento neoconcreto e rompeu com o concretismo, disse que não
guardava rancor pessoal. "Nós fomos inimigos íntimos, o Gullar e eu. Mas
eu não briguei com ele pessoalmente. Eu brigo e depois dou risada, não quero
saber de guardar rancor pessoal."
"Era
uma pessoa muito talentosa e inteligente e também atuava na área do design. Deu
uma boa contribuição tanto na poesia concreta, tanto no design", disse
Gullar sobre Pignatari.
Para o
poeta Heitor Ferraz, Pignatari "foi um dos marcos do concretismo brasileiro,
que influenciou uma geração. Foi revelador das possibilidades da poesia."
"Sempre
achei que ele tinha as poesias mais contundentes do concretismo. Ele já era um
bom poeta antes mesmo do concretismo. Da minha experiência mais pessoal, sempre
foi muito colaborativo, era piadista, agradável, contava histórias aos
alunos", declarou o crítico Alcir Pécora.
"Pignatari
era, na composição da tríade dos concretistas, o que tinha a verve mais pop,
satírica. entre dois cartesianos, ele era uma espécie de equilíbrio. talvez o
mais humano deles, o mais econômico, o menos ortodoxo", diz o escritor
Joca Reiners Terron.
"Foi
um artista admirável tanto pela combatividade quanto por sua inventividade.
Fará muita falta", diz o artista plástico e poeta Nuno Ramos.
OBS:
CONFESSO QUE ESTA É A PRIMEIRA VEZ NA VIDA QUE LEIO UM SOBRENOME, CUJO A ESCRITA MUITO SE APROXIMA DO NOME DA MINHA FAMÍLIA. A NATUREZA, FISIONOMIA(VER NA FSP) E O ESPÍRITO DO POETA FALECIDO PARECE QUE NÃO
ESTÃO LONGE DA REALIDADE TAMBÉM NÃO.
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