Com a abertura da 'Cantina La Fonte', fiquei quase sem tempo de redigir aqui no IBIRA SUL. E isso tem me deixado com saudades. Contudo, tenho redigido muito como Escrivão no plantão da Serra, onde, devido o verão, as ocorrências se intensificaram, dada a quantidade de turistas que visitam o litoral serrano, principalmente Jacaraípe e Nova Almeida, este um grande e bucólico lugar do litoral capixaba. Mas graças a Deus, hoje podemos considerar o enceramento desta estação, e amanhã o ano começa de verdade para a grande maioria dos brasileiros, mesmo este período de calor prosseguir por mais algumas semanas.
Estes primeiros dias de retorno ao comércio já me despertou para as dificuldades que existe para se montar um pequeno negócio, mesmo com o sucesso que a Cantina tem feito e a luta que desprendemos para ter duas funções de trabalho. Na realidade, estou feliz por estar conseguindo atrair pessoas de todas as tendências para visitarem o Parque da Biquinha e por consequência a 'Cantina La Fonte'. São pessoas de todas as religiões e ideologias em um mesmo espaço simultaneamente. Penso que estamos, aqui na Cantina e em família, construindo um lugar que as pessoas possam, pelo menos por algumas horas, se isentarem das questões sociais e outras que sempre foram muito acentuadas em nossa cidade nos últimos anos, principalmente políticas, mas que começam a dar bons sinais com a mudança que fomos submetidos e que está gerando reciprocidade de respeito. Parece que daquele radicalismo selvagem que vivíamos, restou somente a poeira, quando muito alguns verbos.
Vamos prosseguir lutando para proporcionar a cada dia a oportunidade dos nossos filhos conviverem e brincarem juntos, sem que compartilhem dos momentos politicamente polêmicos que nós, hoje de idade mediana, vivemos quase o tempo inteiro. Os franceses chamam esta oportunidade e lugar que está surgindo em Ibiraçu de 'bistrô', ou seja, de estar em algum lugar simplesmente por ir, onde pode-se praticar reflexões, estar em grupo ou só, se alimentar, contemplar a natureza, descansar, orar, etc, e aqui, no Parque da Biquinha, ter a oportunidade de beber água cristalina da fonte natural. uma cervejinha ou um suco, comer uma pizza, capelete, escondidinho de bacalhau, yakisoba, brevemente polenta com linguiça e outras iguarias e ao mesmo tempo curtindo a vida, os amigos e a família.
Estou observando como um espaço da natureza da Biquinha faz bem as pessoas, mesmo me auto-condenando por ter colaborado outrora para muitas desavenças que a nossa sociedade viveu, principalmente com minhas obras literárias online ou impressa, o que somente agora descobri que não nos trouxe a lugar nenhum, senão para dentro de um estágio pessoal que gerava insatisfação aos outros, e que agora descobri para minha própria família. As vezes as pessoas imaginam que sou um materialista e que estou fazendo do verbo e do meu esforço aqui na 'Cantina La Fonte' uma forma de ganhar dinheiro. Ainda que alguns não queiram acreditar, muito mais vale para mim ante a qualquer moeda, ver e sentir a satisfação e alegria que as pessoas estão externando em estarem aqui no Parque da Biquinha onde não se cansam de dizerem que se setem bem estarem aqui, porque podem deixarem as crianças a vontade para se divertirem e assim conversarem isentos de qualquer preocupação do dia a dia, principalmente trânsito. Há coisas neste mundo que são muito mais importantes para o ser humano do que a riqueza, e uma delas estou descobrindo, trabalhando na Cantina, que é a felicidade alheia, e também, claro, da minha família, apesar do esforço que trabalhar exige, mas cônscio que sem ele nada existe.
E essa oportunidade estou sentindo que estamos voltando a viver em Ibiraçu. Está claro que se quisermos nos entender e interagir conseguiremos e podemos ser muito mais do que hoje os ibiraçuenses são. A sociedade de Ibiraçu, e o povo em si de um modo geral, é tradicional. E é desta riqueza que jamais podemos abrir nossas mãos. Temos que agarrá-la, seja aqui no Parque da Biquinha, no Vale Verde, na Estância Lombardi, no Califórnia, na Parada Ibiraçu, no Santuário, nas igrejas e nos templos evangélicos, no Mosteiro Budista, na rua ou nas esquinas, mas juntos, para prosseguirmos lutando por dias melhores, principalmente para nossos filhos, os quais me sinto na obrigação de colaborar para libertá-los das atitudes que nenhum valor agregam, que são desavenças em vão.
Todos nós merecemos dias melhores. Por isso vamos continuar lutando, ainda que alguns vejam nas minhas palavras demagogia, o que garanto que nunca pratiquei, e muito menos sou materialista, simplesmente por ter criado um negócio comercial. O que pretendemos e colaborar pela reconstrução da felicidade e da satisfação da nossa sociedade, o que temos fé em Deus que juntos conseguiremos, de modo a voltarmos ser aquele povo alegre que um dia fomos, quando todos convivíamos unidos, compartilhando da felicidade, da alegria e até mesmo das tristezas que muitas vezes nos assolam, mas sempre juntos, o que reiniciamos pela reconstrução de instantes de lazer que está surgindo, o que penso que todos merecemos.
A vida é linda e bela somente quando somos felizes e temos saúde e força para lutar. E disto não podemos abrir mão, simplesmente por ideologia política, crença ou por postura social de não querer se curvar as suas exigências e adequações, diante da mutabilidade do dia a dia.
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