segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

DESCOBRINDO MISTÉRIOS DE IBIRAÇU


Recentemente fiz um artigo aqui no IBIRA SUL questionando a origem do nome ‘Ibiraçu’, município criado pelo Decreto-Lei Estadual nº 15. 177 de 1943, que substituiu o nome do município de ‘Pau Gigante’, criado em 1891, que não  tenho certeza se pertencia ao núcleo de Santa Cruz ou de Santa Leopoldina. 

Na mesma época da criação do município de Ibiraçu, a estrada de ferro Vitória a Minas, por onde passava o trem movido a carvão conhecido popularmente por ‘Maria Fumaça’, foi retirada do centro da cidade de Ibiraçu para ser deslocada para o lugar que hoje se encontra e pertence a Vale, onde foi inaugurada a Estação de Aricanga, próximo  do santuário de Nossa Senhora da Saúde e praticamente dentro  do bairro do mesmo nome. À época, suscitei dúvidas quanto a denominação, Ibiraçu, e até externei o que achava, ou seja, que a então CVRD havia influenciado, ou tentado influenciar na escolha do nome do município, como  comumente a CVRD  faz, escolhendo nomes do contexto ambiental como rios, montanhas, picos, etc.

Contudo, hoje, visitando tio Natalino Rosalém e tia Mariquinha Pignaton, como faço no carnaval,  pela primeira vez tive acesso a uma fotografia, mostrada por tia Mariquinha e fornecida a ela por Dona Daia Trazzi, esta como popularmente é conhecida, imagem e grafia que me deixaram ainda mais duvidoso quanto a verdadeira história do nome do município de Ibiraçu.

A inédita fotografia, feita aproximadamente em 1922 em frente a canônica  original nos fundos da Matriz de São Marcos, então município de Pau Gigante, hoje Ibiraçu, mostra os irmãos de sangue, padres Luiz e José Parense(provavelmente escrito assim), irmãos também de dona Anita Parense, que com eles veio da Europa, segundo informações superficiais, e dedicava-se a vida espiritual informal, sendo todos eles sepultados no cemitério de Ibiraçu, numa sepultura que foi restaurada na última administração do prefeito Jauber Pignaton.
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Os irmãos Luiz e José Parense em frente a canônica da Matriz de São Marcos em Ibiraçu, padres da então 'Igreja de Piraçu" grafia que pode ser a verdadeira
origem do nome do município, mas que sofreu profunda alteração, não
se sabendo se de natureza política ou outra qualquer, porque  eles
eram perseguidos, de quem um Delegado tomou um rádio


O mais interessante é que o quadro traz também a seguinte informação, conforme pode ser observado: “IGREJA DE PIRAÇU”.

Então passei a questionar:
1  -  “Piraçu”, que no vocabulário indígena Tupi-Guarani, é ‘pedra onde o peixe pára’, não teria sido extraída da também palavra indígena “Piraquê-Açu”, o atual nome do estuário por onde os imigrantes italianos navegaram até chegarem ao Porto de Santana?

2  -   Não seria esse o nome que os referidos Padres,
que tanto lutaram por Ibiraçu pretendiam estabelecer
para o município hoje chamado Ibiraçu, diante de tantas cachoeiras
de pedras que vemos existir praticamente dentro da cidade de Ibiraçu?

3   -   Não  ocorreu um erro de comunicação e por isso foi denominada Ibiraçu, ante “Piraçu, ou teria sido alguma questão política?

Os padres José e Luiz Parense moravam com a irmã Anita na canônica, em companhia de dona Erotildes, que após a morte dos irmãos padres e de dona Anita veio morar na avenida Cond´Eu, onde faleceu enferma e numa cadeira de rodas. Segundo relatos, os padres anunciavam com antecedência as inserções espirituais pelo  interior do município de Ibiraçu, e quando passavam com as batinas sobre cavalos, os moradores esperavam escondidos pelas matas  e respeitavam o silêncio profundo que por eles era exigido. Por serem alemães(segundo informações, apesar do quadro trazer 'padre italiano'), na época da guerra foram perseguidos politicamente, de quem um Delegado tomou um rádio antes do início da segunda grande guerra, exatamente quando  o nosso município ganhou outro nome, Ibiraçu. 

Vamos  buscar maiores informações  para externá-las aos ibiraçuenses aqui no IBIRA SUL. 
     

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