Recentemente
fiz um artigo aqui no IBIRA SUL questionando a origem do nome ‘Ibiraçu’, município
criado pelo Decreto-Lei Estadual nº 15. 177 de 1943, que substituiu o nome do município de ‘Pau Gigante’, criado em 1891, que não tenho certeza se pertencia ao núcleo de Santa Cruz ou de Santa Leopoldina.
Na mesma época da criação do município de Ibiraçu, a estrada de ferro Vitória a
Minas, por onde passava o trem movido a carvão conhecido popularmente por ‘Maria
Fumaça’, foi retirada do centro da cidade de Ibiraçu para ser deslocada para o
lugar que hoje se encontra e pertence a Vale, onde foi inaugurada a Estação de
Aricanga, próximo do santuário de Nossa
Senhora da Saúde e praticamente dentro do bairro do mesmo nome. À época, suscitei
dúvidas quanto a denominação, Ibiraçu, e até externei o que achava, ou seja, que a
então CVRD havia influenciado, ou tentado influenciar na escolha do nome do
município, como comumente a CVRD faz, escolhendo nomes do contexto ambiental
como rios, montanhas, picos, etc.
Contudo, hoje, visitando tio Natalino Rosalém e tia Mariquinha Pignaton, como faço no carnaval, pela primeira vez tive acesso a uma fotografia, mostrada por tia Mariquinha
e fornecida a ela por Dona Daia Trazzi, esta como popularmente é conhecida, imagem e grafia que me deixaram ainda mais duvidoso quanto a verdadeira história do nome do município de Ibiraçu.
A
inédita fotografia, feita aproximadamente em 1922 em frente a canônica original nos fundos da Matriz de São Marcos, então município de Pau Gigante, hoje Ibiraçu, mostra os irmãos de sangue, padres Luiz
e José Parense(provavelmente escrito assim), irmãos também de dona Anita
Parense, que com eles veio da Europa, segundo informações superficiais, e dedicava-se a vida espiritual informal, sendo todos eles sepultados no cemitério de Ibiraçu, numa sepultura que foi restaurada na última administração do prefeito Jauber Pignaton.
.
Os irmãos Luiz e José Parense em
frente a canônica da Matriz de São Marcos em Ibiraçu, padres da então 'Igreja
de Piraçu" grafia que pode ser a verdadeira
origem do nome do município,
mas que sofreu profunda alteração, não
se sabendo se de natureza política
ou outra qualquer, porque eles
eram perseguidos, de quem um
Delegado tomou um rádio
O
mais interessante é que o quadro traz também a seguinte informação, conforme
pode ser observado: “IGREJA DE PIRAÇU”.
Então
passei a questionar:
1 - “Piraçu”,
que no vocabulário indígena Tupi-Guarani,
é ‘pedra onde o peixe pára’, não teria sido extraída da também palavra indígena
“Piraquê-Açu”, o atual nome do estuário por onde os imigrantes italianos
navegaram até chegarem ao Porto de Santana?
2 - Não
seria esse o nome que os referidos Padres,
que
tanto lutaram por Ibiraçu pretendiam estabelecer
para
o município hoje chamado Ibiraçu, diante de tantas cachoeiras
de
pedras que vemos existir praticamente dentro da
cidade de Ibiraçu?
3 -
Não ocorreu um erro de
comunicação e por isso foi denominada Ibiraçu, ante “Piraçu, ou teria sido alguma questão política?
Os padres José e Luiz Parense moravam com a irmã Anita na canônica, em companhia de dona Erotildes, que após a morte dos irmãos padres e de dona Anita veio morar na avenida Cond´Eu, onde faleceu enferma e numa cadeira de rodas. Segundo relatos, os padres anunciavam com antecedência as inserções espirituais pelo interior do município de Ibiraçu, e quando passavam com as batinas sobre cavalos, os moradores esperavam escondidos pelas matas e respeitavam o silêncio profundo que por eles era exigido. Por serem alemães(segundo informações, apesar do quadro trazer 'padre italiano'), na época da guerra foram perseguidos politicamente, de quem um Delegado tomou um rádio antes do início da segunda grande guerra, exatamente quando o nosso município ganhou outro nome, Ibiraçu.
Vamos buscar maiores informações para externá-las aos ibiraçuenses aqui no IBIRA SUL.
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