Poucos sabem, mas o município de Itarana, a menos de oitenta quilômetros de Ibiraçu, a cidade mais próxima de nós depois da Serra do Mar, deve movimentar mais de trezentos mil reais nos cinco dias de folia do carnaval rural que é realizado espalhado pelo município e no centro. O comércio se satisfaz, o que é justo, pela luta que junto com o poder público realizam há vários anos. Mas o povo também fica feliz.
Assim como nas cidades praianas, o carnaval, em qualquer município, é uma reunião de pessoas diferentes e de famílias, principalmente jovens, em algum lugar que tenha rio, cachoeiras, lagoas, como é em Santo Antônio, Piabas, Rio Lampê, em Ibiraçu, de modo que elas interajam para acampar, nadar, rezar, comemorar, beber, cavalar, tirar leite, ouvir música, batucar, ficar em pousada, caminhar por trilhas, visitar igrejas, topo de montanhas, bater papo, fotografar, paquerar, etc. Itarana tem tudo isso, ainda que precário em alguns setores. Mesmo assim, atrai milhares de pessoas de todo aquele interior do Espírito Santo e Minas Gerais, que compreende de Aimorés a Brejetuba. Em Itarana não tem tantas cachoeiras como temos em toda região de Ibiraçu, desde a Cascata, Cachoeirão e Moinho, até a divisa com Santa Teresa. O que eles tem é um poder público ativo e parceiro do setor privado. É por este caminho que precisamos pautar nosso desenvolvimento, sem qualquer precipitação ou comprometimento financeiro. Com responsabilidade, poderíamos sermos um pouco mais ousados e acelerar o processo de desenvolvimento do nosso ecoagronégocio. Somos credores de uma riqueza enorme, que é o potencial que temos e somente precisamos reuni-lo em um só contexto. Só o clima de Terra Fria de Ibiraçu, na divisa da Reserva Biológica de Lombardia vale uma fortuna se transformado em crédito com o governo estadual.
Então? Se colocarmos as ideias mais claramente aos órgãos públicos do governo as coisas não tem chances de acontecer? Só precisamos de planejamento. São destes fatos que o governador Renato Casagrande precisa tomar conhecimento, de que a administração municipal e a sociedade de Ibiraçu, conforme ouço todos os dias das pessoas tradicionais da cidade, quer desenvolver um projeto sustentável para o interior do município, mostrando-lhes o nosso potencial, convidando-o para conhecer o Vinhedos Totola, experimentar o frio da localidade, conhecer as pessoas da comunidade do quilombola de São Pedro, e, na mesma oportunidade, a municipalidade solicitar a assinatura de um convênio com a Secretaria de Agricultura para potencializar o cultivo de uva em toda aquele região que compreende Ibiraçu, João Neiva, Fundão e Santa Teresa, doando inicialmente umas quinhentas mil mudas de uvas de qualidade, o que não custará mais de um milhão de reais e atenderá de uma só vez quatro municípios que poderão atender a antiga Suco Mais de Linhares, hoje uma empresa da Coca Cola. Ah! Não se esqueçam de chamarem, além dos agricultores, a sociedade para participar, porque ninguém jamais foi forte sozinho.
Finalizando, além do aproveitamento da estrutura que montou para atender o carnaval, Itarana aproveita o mesmo potencial que dispõe em outros eventos, em sua maioria relacionados com o setor rural, realidade que o município de Ibiraçu está perdendo para a hegemonia industrial de Aracruz, mercado que tem atraído os agricultores e impulsionado o êxodo as claras no dia a dia em nossa região, principalmente no município de Ibiraçu fenômeno extremamente perigoso para um município que não tem outra vocação econômica, senão rural.
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